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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

ESTUDO DA CÉLULA DE 12 A 18 DE NOVEMBRO DE 2012


A ORAÇÃO DO SENHOR

Padre Luiz Fernando

Leitura: Lucas 11, 1-13
Salmo: 138 (137)


Os discípulos estavam sempre observando tudo o que Jesus fazia. A vida de oração de Jesus foi o que mais chamou a atenção deles. Eles pediram ao Senhor que os ensinasse a orar. Jesus ensinou-lhes o Pai Nosso. Eis aí – dizem muitos cristãos – a mais bela de todas as nossas orações, pois foi ensinada pelo próprio Jesus.

Mas não é assim! O Pai Nosso não é uma fórmula de oração, superior as outras, é uma síntese de toda a mensagem cristã. Na Igreja primitiva, os catecúmenos (pessoas que se preparavam para o batismo) a aprendiam diretamente do bispo. Era como o resumo de todo o conhecimento sobre Deus e sobre a vida cristã, instrução que lhes tinha sido transmitida durante o longo período de preparação para o Batismo. Nas orações reflete-se o conteúdo da própria fé e a imagem do Deus no qual se acredita. Com efeito, não é suficiente rezar, é preciso também saber rezar. Por isso, Jesus ensinou aos seus discípulos uma oração, que deve servir como modelo. Disse-lhes Ele, então:

“Quando vocês orarem, digam: Pai” (versículo 2a):

O cristão sabe que seu Deus não é um patrão exigente, um juiz severo do qual se deve ter medo, não é um rei que vive num palácio distante, do qual só se pode aproximar quem dispõe do apoio de um santo que serve de mediador. O cristão não precisa de proteção ou de recomendações, vai diretamente a seu Deus, porque sabe que Ele é Pai. Qualquer outra espécie de oração significa que temos em mente uma imagem de Deus pagã ou herética.

“que todos reconheçam que seu nome é santo” (versículo 2b):

O Seu nome é santificado quando Sua salvação alcança o ser humano. No Velho Testamento aparecem oito nomes de Deus, compostos pelo termo Javé ou Jeová e um oposto, sempre significando salvação e bênção para nós:

- Javé-tsidkenu – minha justiça – Aquele que me perdoa através de Jesus Cristo.

- Javé-m’kadesh – o Senhor que santifica – Aquele que nos ajuda a viver uma vida pura.

- Javé-Shalom – o Senhor é Aquele que me dá Sua paz.

- Javé-Shamá – Aquele que está sempre presente em minha vida.

- Javé-Rafa – Aquele que cura as minhas feridas.

- Javé-Jiré – Aquele que provê minhas necessidades.

- Javé-Nissi – Deus é minha bandeira – Aquele que me dá a vitória.

- Javé-Rói – o Senhor é meu pastor, Aquele que me guia e protege.

No Novo Testamento temos o nome supremo de Deus: Jesus – Aquele que salva. Santificar o nome de Deus é invocar o Senhor sobre todas as nossas necessidades e louvá-Lo por sua poderosa ação, de acordo com o significado de seu múltiplo nome.

“Venha o teu Reino’ (versículo 2c):

O Reino de Deus é a transformação do nosso coração. As nossas súplicas não modificam a Deus, mas modificam o nosso coração e o torna disponível para acolher Sua ação em nós.

“Dá-nos cada dia o alimento que precisamos”(versículo 3):

Podemos confiar na providência de Deus sobre as nossas necessidades espirituais e materiais. O nosso esforço para obter o que precisamos não é nada sem a graça de Deus. Esta oração também nos leva a ter um coração aberto, para repartir o pão que Deus nos dá.

“Perdoa os nossos pecados, pois nós também  perdoamos” (versículo 4a):

O cristão não pode esperar ser ouvido por Deus se não cultivar sentimentos de amor para com os irmãos. Não se trata só de esquecer o mal recebido: exige-se muito mais do cristão. Ele não pode fazer sua oração ao Pai, se sabe que algum irmão tem alguma coisa contra ele e não fez tudo o que era possível para reconciliar-se.

“E não deixes que sejamos tentados” (versículo 4b):

A tentação da qual pedimos ser libertados não se refere às pequenas fraquezas, misérias, imperfeições de todos os dias (embora não estejam excluídas), mas ao esquecimento e ao abandono da “lógica do Evangelho” para substituí-las pela “lógica do mundo”. As aflições ou as perseguições podem nos fazer tropeçar ou entrar em crise, as preocupações da vida e a ilusão dos bens podem sufocar a semente da Palavra de Deus. Nós não só pedimos para não cedermos a estas tentações, mas nem mesmo sermos tentados a abandonar o Mestre. Pedimos para não sermos nem mesmo tocados pelas seduções deste mundo.

 Perguntas

1-    Você tem o hábito de orar todos os dias?

2-    O que mais lhe toca na oração do Pai-Nosso?

 

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